domingo, 5 de setembro de 2010

ARIGATO GOSAIMASHITA

Arigato gosaimashita é um termo entre muitos outros que comecei a ouvir com freqüência há alguns anos atrás quando freqüentei um dojo de kenjutsu , meu interesse pela artes marciais tradicionais , sobretudo o Kendo, fizeram-me entrar nesta arte marcial onde os princípios do bushido ( caminho do guerreiro) eram enfatizado a todo momento.

O respeito à hierarquia, a lealdade manifestada ao sensei , o espírito do “Kia” enfatizado a todo momento, a presteza na realização das tarefas me fizeram repensar sobre os Valores do caminho (Do) do qual a muito tempo já o seguia como professor de Judô .


Os treinos eram exaustivos e quase sempre eu e meu filho saíamos com o corpo “moído” do treinamento que sempre era muito intenso. Certa ocasião, ao termino de mais uma aula , resolvemos no caminho de volta para casa tomar um sorvete, lembro-me que neste momento nossos braços não estavam respondendo com precisão, pegar o sorvete e levá-lo em direção a boca, passou a ser um obstáculo, pois nossos músculos não respondiam com exatidão a este simples movimento, pois naquele dia, vivenciamos uns treinos mais forte.

Onegaishimassu era primeira palavra que usávamos ao entrar no dojo, para manifestar o respeito ao local de treinamento . O kimono e hakama ( vestimenta que usávamos para os treinamentos) junto com a shinai (espada de bambu ) e bogu ( armadura usada nos treinos de luta) fazíamos sentir muitas vezes como um samurai. E ao final de cada luta e treino, não importando como estávamos, agradecíamos sempre em voz alta dizendo: Arigato gosaimashita.


Por alguns motivos particulares, tive que parar os treinamentos de Kenjutsu, porém, levei muitos ensinamentos preciosos para minha vida e para meu dojo, jamais esquecerei da figura do Sempai que conduzia a aula com muita inteligência e lealdade ao Sensei, do som da batida da shinai no Men (parte de cima da armadura que protege a cabeça) do oponente na hora da luta, de algumas manchas roxas herdada pelos treinos e sobretudo, da paz e sentido de dever cumprido que levávamos para o resto do dia após cada treinamento.

Arigato gasaimashita é manifestação de agradecimento que levarei sempre comigo pelos ensinamentos e grande oportunidade de crescimento que tive com esta arte marcial.

Sensei Jony

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

QUEM SOU EU?

Curioso quando temos que relatar de alguma forma sobre quem somos nós, e é nestes momentos aparecem muitas dúvidas sobre o que falar. Talvez as dúvidas seja pelo o motivo de não sabermos realmente quem somos nós, e diante desta insatisfação, acabamos nos entregando a arrogância de falar além da nossa realidade. Basta observarmos os Orkuts e os relatos de seus usuários sobre quem são eles e iremos constatar uma tentativa de tentar ser convincente a respeito de si mesmo, o que quase sempre a convincência passa longe da realidade sobre a pessoa, e por faltar esta ferramente indispensável, acabamos vendo neste site um amontoado de besteira sobre a pessoas, digo besteira, pois na maioria das vezes, quase nada tem a ver com fulano.
Porém, na busca sobre nós mesmo, para nos tarnarmos pessoas mais coerentes, acabamos nos esbarrando com o espelho social que reflete as atitudes e comportamentos do nosso meio, e assim, tiramos os exemplos daquilo que consideramos normal entre as pessoas, e vamos vivendo apegados a uma idéia e maneira de ser, que na verdade, não são nossas.
Talvez ai esteja a grande diferença entre a conquista de algo grandioso com o recalque de não conseguir realizar os objetivos proposto por cada um. A grandiosidade esta presentes entre as pessoas proativas que usam uma linguagem positiva de si e de suas atitudes , não se deixando conduzir pelo movimento externo, pois estas pessoas, descobriram seu potencial e fazem dele a viga maior de sua sustentação no caminho dos seus objetivos.

Mas há os ditos recalcados, que ao contrário dos proativos, usam uma linguagem reativa mostrando seu negativismo e pessimismo em torno de suas atitudes. São pessoas muitas vezes inconformadas com o sucesso e a glória de seus companheiros, na maioria das vezes, perguntam a si mesmo quando observam um vencedor, como ele conseguiu chegar lá? Se esta pergunta foste direcionada a um mestre, alguém que atingiu sua plenitude num caminho, com certeza ele diria: Para você chegar lá, primeiro vença seus maiores inimigos. Mas onde estão estes inimigos?
Isto dependerá do olhar de cada um , alguns enxergaram seus inimigos olhando para dentro deles e percebendo que suas limitações erros e enganos são resultados, na maioria das vezes, da falta de confiança, medo e impaciência entre outros pensamento que assolam nosso espírito e nos deixam vulneráveis, impossibilitando de chegarmos as nossas maiores realizações, estes lutam contra todo os movimento da mente , pois consideram como sendo os maiores obstáculos para concretização de seus atos.

No entanto, há os que enxergam seus inimigos olhando para fora deles, assim, quase sempre estas pessoas não conseguem concretizar grandes sonhos em suas vidas, ficando presas aos resultados externos de sua “luta” experimentando quando mal sucedidos em suas empreitadas, uma grande decepção e por estarem erroneamente enxergando os acontecimentos em suas vidas, vão acumulando decepções onde o resultado de tudo isto , será o enterro de seus planos e metas de vidas.


Então o caminho mais nobre a seguir para nossas realizações poderão ser guiados pelas as orientações de grandes mestres, pessoas vitoriosas que não se apegaram a “normalidade da vida” distanciando do espelho social, realizando-se com despertar de seu potencial inato e mágico em prol de seus grandes sonhos.

Sensei Jony

domingo, 15 de agosto de 2010

EQUIVOCANDO-SE


É inegável que a força de uma meta pode nos levar a realizar nossos objetivos. Porém quando temos uma visão unilateral desses ideais traçados, podemos nos perder no erro de valorizar exclusivamente nossos ganhos e vitórias e desprezarmos nossas derrotas e desencontros.

É muito natural sentirmos um desolamento e tristeza por ideais frustrados, pois na maioria das vezes não estamos preparados para receber uma frustração na trajetória de nossas metas. Assim, muitos incorporam os desencontros erros e equívocos como se foste parte da tragédia da sua vida, mas se olharmos com atenção, perceberemos que estes equívocos podem se transformar numa grande lição que nos ajudará a abrir os olhos da mente para nossas fraquezas, e a partir daí, poderemos ficar mais forte e incentivados a buscar nossas metas com a experiência e o incentivo do aprendizado fornecido pelos erros no meio do trajeto.


Dentro deste ponto de vista, percebo que as vantagens e desvantagens passam a ser sempre um ponto de reflexão para encontrar uma resposta mais coerente naquilo que buscamos para nós. E quando não ficamos parado numa visão unilateral do certo ou errado, do bom e mal no exercício de nossas atitudes, é que vamos perceber o lado positivo e significativo da pratica da vida.

Caminhar em frente “sem olharmos para trás” , pode ser a melhor opção para não corremos o risco de nos perdermos numa visão fechada de nossos erros e acertos , pois no ciclo da vida, os dois lados da mesma moeda estarão sempre se alternando e nos mostrando a instabilidade de nossa existência e a grande oportunidade de estarmos sempre aprendendo, sobretudo, com os desencontro e equívocos.
Sensei Jony

domingo, 1 de agosto de 2010

Conhecimento Vazio


O conhecimento sem a prática pouco ou nada serve para conquistarmos nossas metas, ha quem diga que a prática é a essência de todo aprendizado e sem ela corremos o risco de nos iludirmos com a idéia que o acúmulo de conhecimento seria a chave para nos tornarmos pessoas esclarecidas e aptas a viver melhor. Mas para estes devoradores de livros e apegado excessivamente a teoria, cabe uma frase de um mestre zen, que disse: “ Devoradores de livros são as traças” .

A filosofia do aprendizado ocidental nos direciona desde muito cedo para o acúmulo de conhecimento, as escolas obrigam seus estudantes a adquirir conhecimentos que serão em pouco tempo supérfluo e nada ou quase nada serão aproveitado para vida do estudante. Em contrapartida, a filosofia oriental trás um enfoque diferente na busca do conhecimento, partindo do pressuposto que “já temos o conhecimento dentro de nós” e para despertamos precisamos estar plenamente envolvido com prática.

O grande educador, mestre e fundador do Judô, Jigoro Kano , “ já dizia que o segredo do Judô é nunca parar de praticar” .

Acredito que pratica deve ser vista como uma estratégia para conseguimos nossos objetivos, pois é no campo da experimentação de nossos valores é que vamos nos descobrindo e desbravando nosso mundo interior repletos de qualidades e dons, que talvez nem saibamos que exista.

Para isto, é importante aceitar os desafios e os grandes obstáculos que se interpõem em nosso caminho, aceitando, sobretudo, de forma positiva as “cicatrizes e ferimentos” que o exercício da pratica possa nos deixar. Pois são através deles que nossos olhos se abrirão para realidade do verdadeiro conhecimento, que esta longe de ser vazio e insignificante, desde que estaja sempre sobre o apoio da pratica.

Sensei Jony

domingo, 25 de julho de 2010

O PREÇO DE UMA MEDALHA


Há uma lei universal que diz que tudo tem um preço e que para conquistarmos algo temos que pagar um preço por aquilo que almejamos. Porém há quem diga que existem coisas que não tem preço. Será?

Quando tentamos mensurar um preço por algo conquistado, às vezes entramos num paradoxo e corremos o risco de nos perdermos na nossa interpretação dos fatos. No entanto, se perguntarmos a um atleta o quanto custou o preço da conquista de sua medalha, poderemos ouvir as mais variadas explicações de seu trajeto até sua preciosa medalha, “nesta balança “ estará presente sua disciplina misturada com seu suor e acompanhado do sofrimento, ocasionado pela exaustão e outras por contusões nos treinamentos, mas sobretudo , pelos “fantasmas” da incerteza da vitória, que ronda em alguns momentos, mesmo que insignificantes, na mente de cada atleta.


Do ponto de vista simbológico, a medalha trará a lembrança de uma conquista onde o trajeto do atleta foi marcado pela sua persistência e fé na conquista de sua meta, e quando nos lembramos destes atletas que marcaram seu caminho com grandes realizações pessoais, lembramos também do seu exemplo e de sua coragem em busca de seu ideal.


Estes atletas serão sempre ídolos de grandes platéias ou simplesmente de alguém que se identifique com sua busca. Seu exemplo será sua marca no caminho, que com certeza, irá servir de seta para aqueles que estão vindos atrás.

Sensei Jony