terça-feira, 24 de abril de 2012
APRENDENDO A CONVIVER COM NOSSOS INIMIGOS
terça-feira, 10 de abril de 2012
ONDE ESTA O FOCO.
Há algum tempo não escrevo no blog, embora minha vontade de voltar para esta pagina tem sido grande e por vezes me pego refletindo sobre as razões de estar longe daquilo que gostamos .Vejo que nosso sofrimento e felicidade tem haver muito com nossas escolhas e com aquilo que damos mais atenção, e a atenção quando lapidada nos faz enxergar de forma mais clara a realidade que nos cerca. Através de um olhar atento, percebemos detalhes que surgem no meio daquilo que consideramos importante e indispensáveis, detalhes que podem ajudar a cultivar ou prejudicar nossas escolhas importantes, porém somos maus observadores, deixamos de prestar atenção, sobretudo aos detalhes que poderiam contribuir para uma mudança significativa em nossa vida.
Seguindo este pressuposto, torna fácil conhecer as pessoas, basta observar suas palavras já que elas são um movimento da sua mente em ação. Assim, uma pessoa otimista fala de forma proativa encontrando sempre uma maneira de crescer e interagir com as pessoas que as cercam, o os pessimistas usam uma linguagem reativa onde as reclamações fazem partem constante de seu dia a dia , assumem geralmente uma posição de vitimas.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Eliminando os Rastros
Ao longo de nossas vidas vamos acumulando muitos pensamentos e podemos até dizer que tais pensamentos são reflexos de experiências passadas num caminho percorrido. Porém, quando olhamos de um outro ponto de vista , podemos também afirmar que estes pensamentos se transformaram em rastros que volta e meia aparecem novamente em nossas mentes e direcionam nossas atitudes, levando-nos a realizar coisa de uma forma menos criativa e original , pois ficamos apegados a marcas do passado que nos guiam e muitas vezes nos controlam e congelam nossa originalidade , transformando-nos assim, em pessoas artificiais.
Na filosofia oriental que abarca os princípios da conduta de muitas artes marciais tradicionais, mostra-nos que para atingirmos um estágio de “perfeição” em cada treinamento, precisamos nos assemelhar a uma grande fogueira, que se consome inteiramente sem deixar nada além de cinzas. Estes são os objetivos mais nobres num treinamento, pois caso não se proceda assim , corremos o risco de deixar vestígios que poderão se transformar nos detalhes do insucesso de nossos confrontos.
Um mestre certa vez falou: “Cinzas não voltam a ser lenha” .
domingo, 5 de setembro de 2010
ARIGATO GOSAIMASHITA
Os treinos eram exaustivos e quase sempre eu e meu filho saíamos com o corpo “moído” do treinamento que sempre era muito intenso. Certa ocasião, ao termino de mais uma aula , resolvemos no caminho de volta para casa tomar um sorvete, lembro-me que neste momento nossos braços não estavam respondendo com precisão, pegar o sorvete e levá-lo em direção a boca, passou a ser um obstáculo, pois nossos músculos não respondiam com exatidão a este simples movimento, pois naquele dia, vivenciamos uns treinos mais forte.
Onegaishimassu era primeira palavra que usávamos ao entrar no dojo, para manifestar o respeito ao local de treinamento . O kimono e hakama ( vestimenta que usávamos para os treinamentos) junto com a shinai (espada de bambu ) e bogu ( armadura usada nos treinos de luta) fazíamos sentir muitas vezes como um samurai. E ao final de cada luta e treino, não importando como estávamos, agradecíamos sempre em voz alta dizendo: Arigato gosaimashita.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
QUEM SOU EU?
Então o caminho mais nobre a seguir para nossas realizações poderão ser guiados pelas as orientações de grandes mestres, pessoas vitoriosas que não se apegaram a “normalidade da vida” distanciando do espelho social, realizando-se com despertar de seu potencial inato e mágico em prol de seus grandes sonhos.
Sensei Jony
domingo, 15 de agosto de 2010
EQUIVOCANDO-SE
É inegável que a força de uma meta pode nos levar a realizar nossos objetivos. Porém quando temos uma visão unilateral desses ideais traçados, podemos nos perder no erro de valorizar exclusivamente nossos ganhos e vitórias e desprezarmos nossas derrotas e desencontros.
Dentro deste ponto de vista, percebo que as vantagens e desvantagens passam a ser sempre um ponto de reflexão para encontrar uma resposta mais coerente naquilo que buscamos para nós. E quando não ficamos parado numa visão unilateral do certo ou errado, do bom e mal no exercício de nossas atitudes, é que vamos perceber o lado positivo e significativo da pratica da vida.
Caminhar em frente “sem olharmos para trás” , pode ser a melhor opção para não corremos o risco de nos perdermos numa visão fechada de nossos erros e acertos , pois no ciclo da vida, os dois lados da mesma moeda estarão sempre se alternando e nos mostrando a instabilidade de nossa existência e a grande oportunidade de estarmos sempre aprendendo, sobretudo, com os desencontro e equívocos.
domingo, 1 de agosto de 2010
Conhecimento Vazio
O conhecimento sem a prática pouco ou nada serve para conquistarmos nossas metas, ha quem diga que a prática é a essência de todo aprendizado e sem ela corremos o risco de nos iludirmos com a idéia que o acúmulo de conhecimento seria a chave para nos tornarmos pessoas esclarecidas e aptas a viver melhor. Mas para estes devoradores de livros e apegado excessivamente a teoria, cabe uma frase de um mestre zen, que disse: “ Devoradores de livros são as traças” .
A filosofia do aprendizado ocidental nos direciona desde muito cedo para o acúmulo de conhecimento, as escolas obrigam seus estudantes a adquirir conhecimentos que serão em pouco tempo supérfluo e nada ou quase nada serão aproveitado para vida do estudante. Em contrapartida, a filosofia oriental trás um enfoque diferente na busca do conhecimento, partindo do pressuposto que “já temos o conhecimento dentro de nós” e para despertamos precisamos estar plenamente envolvido com prática.
O grande educador, mestre e fundador do Judô, Jigoro Kano , “ já dizia que o segredo do Judô é nunca parar de praticar” .
Acredito que pratica deve ser vista como uma estratégia para conseguimos nossos objetivos, pois é no campo da experimentação de nossos valores é que vamos nos descobrindo e desbravando nosso mundo interior repletos de qualidades e dons, que talvez nem saibamos que exista.
domingo, 25 de julho de 2010
O PREÇO DE UMA MEDALHA
Há uma lei universal que diz que tudo tem um preço e que para conquistarmos algo temos que pagar um preço por aquilo que almejamos. Porém há quem diga que existem coisas que não tem preço. Será?
Quando tentamos mensurar um preço por algo conquistado, às vezes entramos num paradoxo e corremos o risco de nos perdermos na nossa interpretação dos fatos. No entanto, se perguntarmos a um atleta o quanto custou o preço da conquista de sua medalha, poderemos ouvir as mais variadas explicações de seu trajeto até sua preciosa medalha, “nesta balança “ estará presente sua disciplina misturada com seu suor e acompanhado do sofrimento, ocasionado pela exaustão e outras por contusões nos treinamentos, mas sobretudo , pelos “fantasmas” da incerteza da vitória, que ronda em alguns momentos, mesmo que insignificantes, na mente de cada atleta.
Do ponto de vista simbológico, a medalha trará a lembrança de uma conquista onde o trajeto do atleta foi marcado pela sua persistência e fé na conquista de sua meta, e quando nos lembramos destes atletas que marcaram seu caminho com grandes realizações pessoais, lembramos também do seu exemplo e de sua coragem em busca de seu ideal.
Estes atletas serão sempre ídolos de grandes platéias ou simplesmente de alguém que se identifique com sua busca. Seu exemplo será sua marca no caminho, que com certeza, irá servir de seta para aqueles que estão vindos atrás.
domingo, 25 de outubro de 2009
A frase: “Um pássaro cai morto de um galho, sem jamais sentir pena de si mesmo.”
Citada por um comandante para um grupo de soldados de uma escola naval americana, que irão viver posteriormente um verdadeiro inferno de privações e torturas, típico dos mais rigorosos treinamentos militares de guerra, anuncia o sentido verdadeiro do caminho guerreiro, que nada mais é do que romper com as amarras do ego para poder seguir enfrente sua caminhada de forma natural, seja estando num inferno ou num paraíso.
A grande verdade, é que nós seres humanos vivemos a maior parte do nosso tempo apegado a nós mesmo e aos nossos julgamentos, quase sempre centrados nas coisas que são apropriadas ou não para nossos interesses. Assim, vamos cada vez mais descartando o que é natural em nossas vidas, em detrimento as nossas preferências egoísta, onde construímos um mundo distante do que poderíamos chamar de ideal para nos realizarmos como pessoa.
Interpretando um pouco mais a frase do comandante, vamos perceber que o pássaro que caiu morto de um galho e que jamais sentiu pena de si mesmo, passa a ser uma metáfora da morte de um ego, que vive clamando por uma vida de piedade e privilégios.
O fim do caminho de todos os verdadeiros guerreiros passa ser o triunfo de uma existência que conseguiu superar o apego, ficando livre das correntes do ego e estando pronto a cada momento para partir, sem sequer sentir pena de si mesmo.
Sensei Jony
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
É surpreendente perceber como somos vulneráveis a tantas transformações, sobretudo quando estamos caminhando numa jornada onde cada passo percebemos que alguma coisa mudou e já não somos os mesmo. Quando paro para recordar dos vários momentos que vivi nesta caminhada com o Judô, olhando para trás, vejo alunos que hoje se transformaram em adultos e seguem suas vidas cada qual com seus afazeres.
Este sentimento de mudança que oscila como um pêndulo, que nem sempre cai para o lado que desejamos, nos vai mostrando que a vida é um fluxo initerupto de muitos acontecimentos, alguns deles bem imprevisível, o que nos leva pensar dos porquês de tantas mudanças. A exemplos disto, posso citar muitos dos meus alunos que julgava ter um futuro brilhante pelo seu talento nato na arte e acabaram sucumbindo no caminho por motivos que talvez para eles fossem mais importante, e outros, que com grandes dificuldades conseguiram chegar longe na caminhada, tornando-se grandes colaboradores do nosso Dojo.
Com o passar dos anos, constatei que o talento e os dons divinos na arte podem ajudar muito a afastar grandes dificuldades e barreiras que julgamos intransponível com mais facilidade. Mais como a construção do conhecimento não se faz apenas com os talentos e sim com muito esforço e perseverança, estas pessoas ditas privilegiadas, pelos seus dons, acabam muitas vezes sendo suas vitimas, e fenecem num caminho que poderia ser exemplar a todos a sua volta.
Assim, percebemos que são justamente os vários contratempos, erros, derrotas, decepções, e frustrações inerentes ao caminho, que no fundo, nos estimulam continuar caminhando em busca de nossos ideais.
E quando vejo alunos que iniciam sua caminha no Judô, com o sonho da faixa preta e de se tornar um grande campeão, consigo perceber o quanto irão ter que “sofrer” para conquistar seus sonhos. Porém, a experiência me trouxe uma visão mais clara sobre as dificuldades e quando percebo estas sobre meus alunos, posso afirmar que experimento uma sensação de preocupação e contentamento simultaneamente. Preocupação pois temo que elas possam ser mas fortes do que eles e contentamento, pois sei que elas estão ali para testá-los e sua presença será importante no desenvolvimento de cada um.
A grande verdade, que apesar de todos os ensinamentos convergirem para um maior preparo psicológico e físico de cada aluno, ainda sim, não podemos moldar totalmente seu interior, pois cada um , carrega dentro de si mistérios , forças e fraquezas, que estão na maioria das vezes distante de nosso controle.
Sensei Jony
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Sensei Jony
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
O espírito de repetição é o movimento que nos aproximar da técnica perfeita. Em todas as atividades que um dia foram ideais e que hoje são importante para nossas vidas, só se concretizaram pela insistência na pratica, onde a repetição se tornou o melhor caminho para concretização do ideal proposto.
Um aluno que inicia uma prática num caminho espiritual, ao chegar é como se foste um pedra bruta, e que com o tempo, vai sendo lapidada pela insistência na prática, e aos poucos, as transformações vão sendo notadas em toda a sua plenitude. Assim, todos os mistérios que circundam a arte vão sendo revelados pela prática, que deve ser sempre temperada pela nossa persistência e motivação interior.
Sensei Jony
domingo, 4 de outubro de 2009
Shoshin, literalmente significa mente de principiante. A mente de um principiante é uma mente aberta para o conhecimento, que não esta aprisionada as indagações profundas do que é certo ou errado. É uma mente que aceita as coisas como elas são, sua forma de ver é natural e descontraída, livre dos hábitos do experiente no caminho.
A mente do principiante carrega consigo todas as possibilidades que os medos e as ansiedades do mais adiantado no caminho manifesta. É uma mente comparada ao um grande portal, que se abre a todos no início da caminhada, e aos poucos vai se fechando, é quando percebemos que o vazio foi preenchido por um amontoado de experimentos, duvidas e incertezas. Sentimos a necessidade de resgatar a naturalidade e pureza da mente de iniciante que um dia perdemos.
Sensei Jony
Não podemos se esquecer que as grandes jornadas começam com o pequeno primeiro passo, e que no final delas, é a lembrança do trajeto que fica na memória, para sempre. Encontrar espaço, ou tempo, para pensar nesses aspectos se torna fundamental para todos aqueles que seguem o caminho (do). Mas o verdadeiro judoca para, medita e reflete sobre seu caminho, o que o leva a subir mais um degrau na infinita escada do esclarecimento.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
As palavras devem ser excelentes intérpretes da alma. Elas devem ser uma fragrância emanada pela alma, e esta reside nos mais íntimos recessos de uma floresta de mistérios. Seus débeis ecos viajam através de campinas, roçam as folhas das árvores e, assim como zumbido das abelhas, chegam suavemente aos nossos ouvidos. As palavras devem ser os símbolos, os mensageiros, os anjos da alma. E devemos estar determinados a trata-las bem.
Genjiro Yoshida
Na verdade, somos todos mal observadores, pois seguimos uma tendência de olharmos tudo numa única direção, deixamos de ver coisas que nos agradavam em tempos passados, e muito embora elas possam ainda estar próximas de nós, não mais há percebemos. Seguimos um ritmo vertiginoso que nos afastam para uma única direção e acabamos sendo roubados pela rotina que nos aprisiona na mesmice de nossas vidas.
É como se estivéssemos procurando algo em lugares onde nunca acharemos. Quem sabe se objeto de nossa procura esta em um lugar escuro e de difícil visibilidade, e ai, como é mais fácil, vamos nos iludindo com a luz que ilumina algo que não é importante para nos transformar em pessoas melhor.
Para quem não conhece, existe uma meditação oriental chamada de Zazen, que literalmente significa meditar sentado, um pratica que fazemos em nosso Dojo e que induz a olharmos para nós mesmo. No Zazen, sentamos em puro silencio e procuramos observar nosso interior com o olhar do coração. Com pratica, constamos a fatídica verdade, que nossos olhos estão quase sempre muito abertos para o lado de fora e fechados para o lado de dentro. Assim, vamos caminhando como cegos, sendo vitimas de um mundo agitado que nos roubas a alegria e o prazer de viver.
É preciso mudar nosso olhar, um olhar que seja mais investigativo, que propicie a descoberta de nós mesmo, que traga mais detalhes a nossas vidas, e que possa nos conduzir, não pelos caminhos iluminados, mas sobretudo, pelos caminhos cheios de obstáculos e de pouca luz que aparecem em nossas vidas e que são importantes nas grandes descoberta. É preciso urgentemente mudar nosso olhar.
Mudar o mundo, é mudar o olhar.
O olhar de quem nasce, o olhar de quem passa,
Mudar o mundo é mudar o olhar.
Roberto Crema